1 de agosto de 2020

Casa do Barão de Mauá – Petrópolis – RJ

 

No princípio da Av. Barão do Rio Branco, esquina da Rua Piabanha, bem em frente à Praça da Confluência está situado o palacete que pertenceu ao Barão de Mauá.

O terreno pertencia ao colono Felipe Erbis I, natural da Alemanha.

Em 1848, parte de sua propriedade, com testada para o Quarteirão de Nassau (atual av. Piabanha), foi vendida para Jean Baptiste Binot. A outra parte voltada para Westphália (atual Av. Rio Branco) foi adquirida em 1852 por Irineo Evangelista de Souza- futuro Barão de Mauá . De abril deste ano a março de 1854 foi construída sua casa, usada por ele como residência de verão, desenhada pelo engenheiro Otto Reimarus e intitulada “residência de Mauá”, a única que mandou construir,

apesar de possuir outros imóveis. Neste período vinha a Petrópolis para acompanhar a construção da primeira estrada de ferro do Brasil

No século XIX, em matéria de arquitetura, o Brasil ocupou uma posição de vanguarda. Arquitetos brasileiros foram chamados para desenhar grandes obras em outros países

A vinda da família real de Portugal para o Brasil, no início do mesmo século, introduziu uma mudança sensível nos usos e costumes da vida da colônia. A vinda de uma missão composta por pintores, escultores e arquitetos franceses, no ano de 1816, determinou uma nova alteração nos rumos da arquitetura brasileira. A partir de então, todas as construções locais deveriam observar rigorosamente os padrões vigentes na França, considerado o maior centro da civilização ocidental.

O estilo neoclássico veio romper a linha contínua da influência portuguesa sobre a arquitetura colonial, estimulando a melhoria das técnicas de construção e adoção de materiais adequados aos diversos tipos de obras.

O palacete de Mauá seguiu o estilo da época. Até hoje conserva suas linhas neoclássicas, sóbrias, com seus telhados escondidos por beiras de alvenaria, janelas e portas no mesmo estilo usado na época do II Império. Encrustado em meio à densa floresta tem à sua volta belo jardim gramado, com algumas espécies de raras palmeiras e árvores frutíferas. A propriedade é toda murada de alvenaria e gradís de ferro, vindos do estaleiro do próprio Mauá.

O prédio acabou sendo empregado no pagamento de parte da dívida dos credores, quando da falência de Mauá em 1878.

Devido a estes problemas financeiros, a casa de Petrópolis foi vendida ao Sr. Alberto de Faria, sogro do pensador católico, Alceu de Amoroso Lima, o Tristão de Athayde, que passou longas temporadas na residência.

Na década de 1950/60, Vinícius de Moraes, na ocasião casado com a Sra. Lucinha Proença, descendente de Alberto de Faria, também veraneou no antigo palacete de Mauá. Aí compôs “Pobre Menina Rica” em parceria com Carlos Lira, como também “Apelo”.

As dependências do palácio são claras, espaçosas, arejadas, com uma linda vista para a mata, e da sua sala principal, de entrada, descortina-se as montanhas do Caxambu e Morin, além de se ter uma bela visão da torre da Catedral. Nesse mesmo salão, encontra-se uma mesa que tem sobre seu tampo uma pintura sobre porcelana representando Luiz XVI cercado de damas de côrte, poltronas e cadeiras, adquiridas num castelo francês –móveis do século XVIII. A casa sofreu várias reformas. Seus tetos pintados a óleo se perderam e foram substituídos por madeiras de lei. Os banheiros tem pias inglesas.

Atualmente a casa está sendo utilizada pelo gabinete da Prefeitura de Petrópolis.

Endereço: Praça da Confluência, 3 – Centro.

Telefone: 24 2246-9000.

Visitação: externa.

Leave a Comment